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Cyndi Lauper – Uma celebração em cores e canções


Hoje, dia 22 de junho, celebramos o aniversário de Cyndi Lauper, nascida em 1953 no Queens, Nova York. Desde criança, sua veia criativa já se manifestava: compôs sua primeira música aos 12 anos, aprendeu violão com a irmã e enfrentou uma juventude marcada por expulsões de escolas por ser “diferente demais”. Essa autenticidade, com o tempo, se transformou em sua marca registrada.

Em 1983, seu álbum de estreia She’s So Unusual a transformou em lenda pop, sendo a primeira mulher a emplacar quatro singles no top 5 da Billboard. Porém, além do sucesso, sua trajetória inclui superação — médicos disseram que ela poderia perder a voz por problemas nas cordas vocais, mas ela retornou com força total, conquistando prêmios como Grammy, Emmy e Tony.

Foto Crédito: Sacha Lecca

Ativista forte, Cyndi se engajou em causas sociais — especialmente pelos direitos LGBTQIA+ e contra a falta de moradia de jovens por meio da True Colors United, organização que cofundou em 2008. Ao longo dos anos, ela se manteve como uma artista plural: cantora, atriz, compositora, produtora e ativista — sempre usando sua visibilidade para defender causas e abrir caminhos para outras vozes.

Hoje, aos 72 anos, ainda está em sua turnê de despedida, unindo música, militância e performance. O palco se torna uma espécie de templo pop e político, onde a diversão também é uma forma de resistência. Sua voz continua inconfundível, e sua presença, vibrante e poderosa, emociona públicos de todas as idades.

Cyndi Lauper & David Thornton em 1991 Foto: Divulgação

Por trás do sucesso, há uma vida cheia de nuances. Cyndi é casada desde 1991 com o ator David Thornton, com quem teve seu único filho, Declyn (ou Dex), nascido em 1997 — que também seguiu carreira musical. A maternidade apareceu em muitos momentos de sua obra e de sua vida pública, revelando o cuidado e o afeto entre seus compromissos e palcos. David, inclusive, assumiu por anos os cuidados da casa para que ela seguisse ativa na carreira.

Cyndi Lauper e seu filho Declyn. Foto Crédito: Bruce Glikas/Getty 

Sua mãe, Catrine, teve papel central em sua formação. Foi ela quem apoiou a jovem rebelde e criativa, incentivando Cyndi a seguir na música. A presença da mãe também ficou eternizada no videoclipe de "Girls Just Want to Have Fun", aparecendo como símbolo de apoio, liberdade e força feminina — uma imagem que atravessa gerações.

Foto Crédito: Getty Images/Andrew H. Walker

Fora dos palcos, Cyndi também brilhou nas telas. Ela ganhou um Emmy por sua atuação em Mad About You e participou de filmes e séries ao longo dos anos. Em 2013, estrelou o reality Cyndi Lauper: Still So Unusual, exibindo sua rotina artística e familiar. No teatro, escreveu a trilha sonora do musical Kinky Boots, que rendeu um Tony Award e enorme reconhecimento da crítica, além de outros trabalhos como Working Girl e SpongeBob SquarePants: The Musical.

Foto Crédito: Bryan Smith/ZUMAPRESS/Alamay


Cyndi também manteve uma relação carinhosa com o Brasil. Sua primeira visita ao país foi em 1989, durante o auge de sua carreira com a turnê de A Night To Remember, emocionando os fãs com shows que marcariam o início de um vínculo duradouro com o público brasileiro. Em 1994, voltou ao Brasil com a turnê Twelve Deadly Cyns, reforçando esse laço. Em 2008, esteve com a turnê Bring Ya to the Brink, passando por São Paulo, Rio, Curitiba, Belo Horizonte e encerrando em Porto Alegre. Já em 2011, aclamada pela Memphis Blues Tour, retornou ao Teatro do Bourbon Country, novamente na capital gaúcha, ao lado da percussionista brasileira Lan Lan, fundindo ritmos e culturas.

Mais recentemente, em 2024, Cyndi Lauper foi destaque absoluto no Rock in Rio, onde protagonizou o que muitos consideraram a melhor apresentação do festival. Com hits icônicos e uma performance autêntica e emocional, conquistou novamente o Brasil — provando que sua relevância permanece tão vibrante quanto no início da carreira.

Foto Crédito: Annie Leibovitz

Neste ano, sua trajetória ganhou destaque no documentário Let the Canary Sing, lançado pela Paramount+, que revisita sua carreira, legado e impacto cultural. A obra celebra sua contribuição não apenas para a música pop, mas também para a transformação de paradigmas sociais — mostrando que, com coragem e autenticidade, é possível mudar o mundo.

Cyndi Lauper segue sendo sinônimo de liberdade, rebeldia e arte. Uma artista que atravessou décadas reinventando sua música, seu estilo e sua voz — sempre fiel a si mesma. Uma mulher que ousou ser quem era, mesmo quando isso significava andar sozinha. E, por isso, tornou-se símbolo de empoderamento para milhões de pessoas ao redor do planeta.

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