A cantora Cyndi Lauper, ícone dos anos 80 e referência de atitude e irreverência no cenário pop, celebrou nesta quarta-feira (2) os 41 anos de um dos maiores clássicos de sua carreira: She Bop. A comemoração, no entanto, veio acompanhada de um recado contundente - como é característico da artista - em defesa da liberdade corporal das mulheres.
Em comemoração ao aniversário da faixa, Lauper compartilhou em seu Instagram um vídeo de uma performance recente de She Bop - música lançada em 1984 que abordava abertamente a masturbação feminina, um tema considerado tabu até hoje.
Com seu humor ácido e provocador, Lauper legendou o vídeo com a frase: "Ainda não há lei contra isso!", celebrando o marco da música que rompeu barreiras. A provocação, no entanto, não passou despercebida pelos fãs, que interpretaram a palavra "ainda" como um alerta diante dos retrocessos nos direitos reprodutivos femininos. "O fato de que ‘ainda’ faz sentido nessa frase é triste", lamentou um seguidor. Outro comentou: "Ênfase no ‘ainda’."
A reação reflete a relevância atemporal da canção - e da própria artista - que nunca se esquivou de temas espinhosos. Na semana passada, Lauper reforçou sua posição em defesa dos direitos das mulheres, relembrando os tempos em que cresceu sem liberdade reprodutiva e alertando sobre a atualidade desse problema.
“Na minha infância, as mulheres não tinham liberdade reprodutiva e, mais de 50 anos depois, nos vemos em um túnel do tempo onde a liberdade de controlar o próprio corpo foi retirada. Se não temos controle sobre nossos próprios corpos, então não temos liberdade real. Permaneçam firmes e mobilizadas. Continuem lutando.”
Lançada em 1984 como parte do álbum She's So Unusual, She Bop foi um marco cultural por falar de prazer feminino com irreverência e coragem - algo impensável em uma era conservadora. A faixa chegou ao 3º lugar na Billboard Hot 100 e foi, por muitos anos, incluída em listas de músicas “controversas”, chegando até a ser banida em certas rádios. Hoje, quatro décadas depois, ela se mantém um hino de liberdade.
A comemoração dos 41 anos de She Bop não é apenas uma celebração musical. É um lembrete de que a luta pela autonomia feminina segue viva - e que a arte pode ser, também, uma forma poderosa de resistência.
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